segunda-feira, 26 de julho de 2010

O direito de brincar


Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento
permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola informar aos pais que mais importante do que gerar bons profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por serem o que são e gostarem do que gostam.
Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha
de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).

Um comentário:

  1. Belo texto, valeu Dil pela apresentação. Acho que o Dimenstein foi feliz na conclusão.
    Abraços!

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